top of page

Carta ao Cliente

Todos nós temos um lado sombra, mas nem sempre sabemos como lidar com ele - para isso serve a psicologia!

Raquel Herveth

  • Facebook
Retrato de luz e sombra

Carta ao Cliente

Somos animais racionais, conscientes de si próprios, que têm uma ferramenta/função superior que nos distingue dos demais seres vivos: a linguagem! Poderíamos acrescentar o pensamento, a imaginação e a criatividade.

Contudo, seja lá quem inventou e criou o Mundo, não considerou que seria muito útil virmos com Manual de Instruções. Deste modo, não deixamos de ter de aprender a perceber como podemos alterar o nosso comportamento, melhorá-lo, ajustá-lo ao meio e aos nossos objetivos, e para isso a Ciência ajuda-nos.

A Psicologia não serve apenas o propósito de ajudar à doença mental ou ao desequilíbrio emocional, tem o nobre propósito de ajudar o ser humano a compreender o seu comportamento, a conhecer-se e a identificar como aumentar ou ativar o potencial humano com que nasceu.

Se é certo que todos podemos aprender de tudo, ou seja, desenvolvermos competências e saberes, não é menos certo que todos nós nascemos com determinadas aptidões, que se não forem desenvolvidas, permanecerão num estado latente ou não desenvolverão ao ponto que poderiam. E acredito que todos nós poderemos contribuir para um mundo mais diversificado/plural com o nosso tesourinho, que por vezes é por nós mesmos desconhecido.

A relação entre psicóloga e paciente/sujeito/cliente é uma relação profissional de sigilo, respeito e aceitação de todas as suas diferenças, semelhanças e crenças (também tenho as minhas, que sendo diferentes das suas, nada atrapalha a relação terapêutica).

O meu objetivo último é devolver-lhe a autonomia ou ajudar a desenvolvê-la, para que se sinta bem, consigo e com os que o/a rodeiam, e espero podermos trabalhar juntos/as estratégias para que se torne cada vez mais autónomo/a naquilo em que se sente menos capaz, desenvolver competências para que possa enfrentar os desafios do dia-a-dia com mais firmeza e segurança, para que ultrapasse ou diminua aquela dor com a qual tenta conviver.

Entendo o desequilíbrio, o desconforto psicológico, o questionamento, entre outras situações, não como um problema em si mesmo, mas como uma aprendizagem que ainda não foi aprendida e que é necessária para uma melhor adaptação a uma nova (ou menos nova) circunstância de vida.

Há processos longos, há processos mais rápidos, mas a mudança no comportamento humano por norma exige energia e tempo e nalguns casos – durante o processo de cura - poderá mesmo causar dor psicológica e emocional. Trata-se no fundo de programar o nosso organismo a agir de maneira diferente do habitual, de um modo mais saudável e congruente com o nosso potencial enquanto seres bio-psico-socio-espirituais (para quem acredita que uma dimensão acima dos nossos níveis de consciência faz sentido). O primeiro ingrediente para alcançar o sucesso é querer mudar, sentir essa necessidade, seja qual for a sua motivação.

As mudanças, sejam encaradas como algo bom ou mau, são inevitáveis nas nossas vidas, umas vezes por imposição das circunstâncias, outras por iniciativa nossa. Mesmo por bons motivos a mudança implica sempre capacidade de adaptação, de resposta às novas circunstâncias, e podemos não saber muito bem por onde começar. Portanto, é natural que por vezes as mudanças sejam sentidas com preocupação. Nós somos animais de hábitos/rotinas e mudar faz-nos sentir muitas vezes medo, mesmo em circunstâncias ditas positivas, pois o desconhecido naturalmente causa-nos receios, não sabemos o que esperar, a nossa rotina não será a mesma e não se sabe naquele momento a segurança que a nova rotina irá proporcionar.

Não é o/a primeiro/a e de longe será o/a último/a a sentir o que sente, a viver o que vive ou viveu, ainda que o seu percurso seja único e irrepetível (pois a genética, o temperamento e a personalidade são factores que dinamizam as nossas vivências, além de todos os factores ambientais) - toda e qualquer emoção que sinta ou possa ter sentido, todo e qualquer pensamento que tenha ou possa ter tido, toda e qualquer ação que tenha ou possa ter tido tem a sua génese na bagagem de vida que trás, e quem não trás a sua?

Deste modo, permita-se escutar, permita-se mudar, na medida das suas aspirações, e para isso celebrar um contrato terapêutico pode ser o caminho a percorrer. Por vezes a mudança não é externa, mas interna, na medida em que poderá implicar apenas mudança de perspectiva, esse ajuste psicológico que lhe permitirá ver, sentir e interpretar determinada situação com outros olhos. O quadro pode ser o mesmo, mas a leitura que fazemos dele pode alterar.

Não existem soluções mágicas, nem o mesmo problema requererá a mesma solução para diferentes pessoas, qualquer intervenção psicológica, é um processo, uma processo de descoberta e construção.

A imaginação e criatividade são o limite, você é o agente ativo (pessoa em ação) da sua própria caminhada, você tem o poder de controlar, tanto quanto possível, a sua vida, pelo menos as suas decisões, sejam elas do seu agrado ou não, são da sua responsabilidade, e é interessante tomarmos consciência desse poder, que acarreta responsabilidade, mas que nos liberta ao mesmo tempo.

Para melhor decidir, é preciso antes explorar, explorar as várias opções possíveis, de entre os limites impostos por vários factores, e mediante aquela que mais se aproximar dos seus objectivos, escolher em consciência, ou seja, decidir perante o máximo de informação que recolheu e articulou num determinado período de tempo com a intenção de tomar uma decisão. Somos mais que o somatório das nossas decisões, mas esta é uma parte muito importante.  

Mesmo antes de conhecê-lo/a, posso já dizer algo sobre si:

Quer uma mudança na sua vida, seja ela a que nível for. Mesmo que o motivo de contacto seja o aconselhamento, esse aconselhamento será para tomar uma decisão e as decisões naturalmente levam a mudanças. Espera-se que seja para o seu bem-estar e dos que lhe são próximos (caso se aplique).

A boa notícia é que não tem de percorrer este caminho sozinha/o…

Raquel Herveth

Braga & Guimarães

©2023 por Raquel Herveth. Orgulhosamente criado com Wix.com

bottom of page